Acesse: https://www.jusbrasil.com.br/cadastro
- 2º Grau
Acesse: https://www.jusbrasil.com.br/cadastro
Inteiro Teor
RE 369-65.2012.6.09.0017
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE GOIAS
ACORDAO Nº 013797
RECURSO ELEITORAL N. 369-65.2012.6.09.0017 — CLASSE 30 — PROTOCOLO. N. 115.180/2012 — 17 a. ZONA ELEITORAL JARAGUA/GO
RELATORA: JUIZA DORACI LAMAR ROSA DA SILVA ANDRADE
RECORRENTE: COLIGACAO "JARAGUA E DE TODOS NOS
ADVOGADOS: Dra. FLAVIA ADRIANA DE ALMEIDA e OUTROS
PRIMEIRO RECORRIDO: IVAL DANILO AVELAR
ADVOGADO: Dr. AFRANIO COTRIM JUNIOR
SEGUNDO RECORRIDO: SINVAL FELIX DA SILVA
ADVOGADO: Dr. LEONARDO DE OLIVEIRA PEREIRA BATISTA
TERCEIRO RECORRIDO: JOAQUIM JOSE DE ARAUJO
ADVOGADO: EUCLIDES GONCALVES DE OLIVEIRA NETO
EMENTA
RECURSO ELEITORAL. CAPTACAO ILICITA DE
SUFRAGIO. GRAVACAO AMBIENTAL FEITA POR UM DOS
INTERLOCUTORES. LICITUDE DA PROVA. AUSENCIA DE
PROVA ROBUSTA E INCONTESTE DA CAPTACAO ILICITA
DE SUFRAGIO. RECURSO DESPROVIDO.
Na linha de entendimento do Supremo Tribunal Federal, a
gravagao ambiental feita por urn dos interlocutores é prova
licita.
No presente caso, embora a prova seja licita, nao restou
comprovada a captagao ilicita de sufragio.
3. Recurso Desprovido.
ACORDAO
RE 369-65.2012.6.09.0017
de votos, em NEGAR PROVIMENTO ao ' recurso eleitoral, nos termos do voto da relatora.
Goiânia, 09 de maio de'2013.
VA,
Desembargador GILBERTO MARQUES FILHO
Presidente
Juiza DORACI LAMA SILVA ANDRADE
Juiza Redatora
Dr. MARCELO RIBEIRO DE OLIVEIRA
Procurador Regional Eleitoral
RE 369-65.2012.6.09.0017 THE-GO
GE3.1
Fl.
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE GOIAS
RECURSO ELEITORAL N. 369-65.2012.6.09.0017 — CLASSE 30 — PROTOCOLO.
N. 115.180/2012 — 17' ZONA ELEITORAL JARAGUA/GO
RELATORA: JUIZA DORACI LAMAR ROSA DA SILVA ANDRADE
RECORRENTE: COLIGACAO"JARAGUA E DE TODOS NOS
ADVOGADOS: Dra. FLAVIA ADRIANA DE ALMEIDA e OUTROS
PRIMEIRO RECORRIDO: IVAL DANILO AVELAR
ADVOGADO: Dr. AFRANIO COTRIM JUNIOR
SEGUNDO RECORRIDO: SINVAL FELIX DA SILVA
ADVOGADO: Dr. LEONARDO DE OLIVEIRA PEREIRA BATISTA
TERCEIRO RECORRIDO: JOAQUIM JOSE DE ARAUJO
ADVOGADO: EUCLIDES GONCALVES DE OLIVEIRA NETO
RELATORIO
Trata-se de RECURSO ELEITORAL interposto pela
COLIGA00 "JARAGUA E DE TODOS NOS inconformada corn o teor da r.
sentenga do Juiz da 17 a Zona Eleitoral, que julgou improcedente a
REPRESENTACAO POR CAPTACAO ILICITA DE SUFRAGIO em face dos ora
Recorridos IVAL DANILO AVELAR, SINVAL FELIX DA SILVA, e JOAQUIM JOSE
DE ARAUJO.
A Recorrente alega em suas razOes recursais, que o
magistrado sentenciante entendeu que a prova testemunhal produzida nos autos
teria contorno de perseguigáo política, afirmando que a simples promessa de
campanha ja configura o tipo ilicito. Aduz que no caso em questáo as promessas de
campanha foram dirigidas a uma pessoa ou grupo familiar especifico.
Argumenta que o Representado IVAL DANILO DE AVELAR
anuiu" as promessas ilicitas do colaborador de campanha Nilvan Braz ", tendo,
inclusive, participado no momento da abordagem criminosa.
RE 369-65.2012.6.09.0017
Assevera que o fato de ter pedido a testemunha" apoio politico, voto e ate mesmo a substituicao do adesivo de propaganda eleitoral "" em troca de favores da Prefeitura Municipal são condutas "que configuram captacao ilicita de sufragio.
Diz que a Unica testemunha ouvida em juízo" sofreu represalias por parte dos Representados/ Recorridos e seu grupo de aliados "na tentativa de evitar o seu depoimento perante a Justiça Eleitoral.
Aduz que as gravacOes juntadas aos autos comprovam que a compra de voto partiu diretamente do Primeiro Recorrido, ademais nao restou comprovado que os recorridos foram induzidos a praticar a conduta ilicita;
Defende a licitude da gravacao ambiental, uma vez que foi realizada pela prOpria testemunha denunciante dentro de sua resid6ncia, portanto,
licita ja que efetivada por pessoa destinataria do discurso gravado, nao havendo necessidade de se obter autorizacao judicial para tal finalidade.
Assevera que mesmo que a gravacao seja considerada ilicita, a prova testemunhal contida nos autos 6 suficiente para comprovar a captacao ilicita de sufragio.
Por fim, requer o provimento do Recurso Eleitoral para reformar sentenca recorrida, a fim condenar os Recorridos, ante as condutas descritas na inicial, corn a aplicacao da multa, bem como a cassacao do diploma e a decretacao de inelegibilidade.
0 Primeiro Recorrido Iva! Danilo Avelar, prefeito eleito de Jaragua, as folhas 232/242, apresenta contrarrazOes suscitando, preliminarmente, a ilicitude da prova, uma vez que a gravacao foi produzida sem o conhecimento ou autorizacão dos demais interlocutores. Aduz que a atual jurisprucrencia do Tribunal Superior Eleitoral considera que a gravacao ambiental feita sem o conhecimento e anuéncia dos demais interlocutores e nula, por ofensa a ética, levando os interlocutores a produzir, de forma inconsciente, prova contra si mesmos.
Assevera, ainda, que a gravagao" se assemelha ao flagrante preparado onde o agente provocador "" criou uma situacao fatica corn o fim precipuo de incriminar o Recorrido ", o que" torna impossivel a pratica da conduta delituosa, haja vista a conduta decorrer da acbo direta do provocador ".
RE 369-65.2012.6.09.0017 THE-GO
GBJpg ,
Fl.
Diz que, em laudo pericial por ele trazido aos autos, restaram
comprovados indicos de edicao na gravacao realizada, fato incontroverso, uma vez
que a Recorrente nao se manifestou no momento oportuno.
No meritº, alega que para a caracterizacao ilicita de sufragio é
imprescindivel que o ato esteja vinculado ao prop6sito de obter o voto de forma
ilicita. Diante da falta de promessa de vantagem pessoal, o que pode se constatar é
que houve, no maximo, negociacao de apoio politico entre o Recorrido e a
testemunha, o que nao é vedado pela lei eleitoral.
Defende que nao ficou demonstrada nos autos a ocorrencia de
qualquer conduta vedada pela legislacao eleitoral.
Requer o acolhimento de preliminar de ilicitude da gravacao ou,
no mêrito, o desprovimento do Recurso.
0 Segundo e o Terceiro Recorridos SINVAL FELIZ DA SILVA
e JOAQUIM JOSE DE ARAUJO, respectivamente, apresentam suas contrarrazdes,
as folhas 198/205 e 206/231, corn teor semelhante a do Primeiro Recorrido.
0 Exmo. Procurador Regional Eleitoral, as folhas 270/277,
pugna pelo conhecimento e desprovimento do recurso eleitoral para amnter a
sentenca recorrida, por considerar que as provas são frâgeis e insuficientes para
amparar a pretensao dos Representantes.
E o relatbrio. Passo ao voto.
VOTO
0 Recurso e pr6prio e tempestivo, motivos pelos quais o
conheco.
I — Mèrito
0 objeto dos presentes autos consiste na ocorrência de
suposta captagao ilicita de sufragio do eleitor Joao Moreira Neves. 0 magistrado
RE 369-65.2012.6.09.0017
eleitoral de primeiro grau julgou improcedente a Representagao por considerar que a prova produzida — gravagäo ambiental feita apenas corn o conhecimento de urn dos interlocutores — e ilicita.
Assim, como houve julgamento do merito, cabe a esta Corte decidir, em primeiro lugar, sobre a licitude ou näº da prova para, em seguida, sendo o caso, analisar se o fato configurou captagäo ilicita de sufrãgio.
Quanto a licitude da prova, o Tribunal Superior Eleitoral em urn primeiro momento, vinha decidindo, por maioria, pela licitude da gravagäo ambiental feita por urn dos interlocutores. Nesse sentido:
RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. AIME. ELEICOES 2008. PREFEITO. GRAVACAO AMBIENTAL REALIZADA POR UM DOS INTERLOCUTORES. LICITUDE DA PROVA. PROVIMENTO.
A gravagao ambiental realizada por urn dos interlocutores
prova licita. Precedentes do TSE e do STF.
Na especie, a gravagäo de conversa entre o candidato, a eleitora supostamente corrompida e seu filho (autor da gravag5o) e licita, pois este esteve presente durante o diblogo e manifestou-se diante dos demais interlocutores, ainda que de forma lacônica. Assim, o autor da gravagäo nâo pode ser qualificado como terceiro, mas como urn dos interlocutores.
3. Recurso especial eleitoral provido.
(Tribunal Superior Eleitoral, Recurso Especial 49928, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJE 10/02/2012).
Posteriormente, a Corte Superior mudou seu entendimento, ao Julgar o Recurso Ordinârio 190461, e decidiu, por maioria apertada de votos (4X1), pela ilicitude da prova. Veja-se:
CAPTACAO ILICITA DE SUFRAGIO - PROVA ILICITA -GRAVACAO AMBIENTAL. AUSENCIA DE AUTORIZACAO JUDICIAL. CONTAMINACAO DA PROVA DERIVADA.
RE 369-65.2012.6.09.0017 THE-GO
GBJEV
Fl
EFEITOS DA NULIDADE. INICIAL. INDEFERIMENTO.
RECURSO PROVIDO.
(...)
São nulas as atividades exercidas pelos agentes da
Policia Federal que deveriam ter comunicado a autoridade
judicieria, ou ao menos ao Ministério PCiblico Eleitoral,
desde a primeira noticia, ainda que sob a forma de
suspeita, do cometimento de ilicitos eleitorais, para que as
providencias investigatOrias — sob o comando do juiz
eleitoral - pudessem ser adotadas, se necesserias.
0 inqubrito policial eleitoral somente sera instaurado
mediante requisigao do Ministêrio PÚblico ou da Justiga
Eleitoral, salvo a hipOtese de prisão em flagrante, quando o
inquerito sera instaurado independentemente de requisigao
(Res.-TSE nº 23.222, de 2010, art. 8º).
A licitude da interceptagäo ou gravageo ambiental
depende de previa autorizageo judicial. Ilicitude das provas
obtidas reconhecida.
Inicial e pega de ingresso de litisconsorte ativo que fazem
referencia apenas as provas obtidas de forma ilicita. Nao sendo
aproveitaveis quaisquer referéncias aos eventos apurados de
forma irregular, as pegas inaugurais se tornam inabeis ao inicio
da agao, sendo o caso de indeferimento (LC 64, art. 22, I, c).
Considerar como nula a prova obtida por gravagao nao
autorizada e permitir que os agentes que a realizaram
deponham sobre o seu conteOdo seria, nas palavras de Jose
Carlos Barbosa Moreira, permitir que"a prova ilicita, expulsa
pela porta, voltaria a entrar pela janela".
Preliminar de ilicitude da prova acolhida, por maioria.
Prejudicadas as demais questOes. Recurso provido para julgar
a representagao improcedente.
(Tribunal Superior Eleitoral, Recurso Ordinario 190461, Rel.
Min. Henrique Neves, DJE 21/08/2012).
Observa-se que o precedente apresentado foi bastante
especifico, nao aparando qualquer tese de regra geral sobre a ilicitude da gravagao
feita por urn dos interlocutores, sem o conhecimento dos demais. E que no Ultimo
caso transcrito, houve a agao de agentes da policia federal, cuja entrada no local da
reuniao, onde ocorreu a gravagao, foi barrada pelos segurangas do local. ApOs isso,
esses agentes colocaram uma especie de escuta em uma eleitora, corn o
consentimento dela. Veja que nesse precedente do Tribunal Superior Eleitoral, a
eleitora sequer participou dos diblogos, nä() sendo, portanto, a rigor, uma
interlocutora, mas urn terceiro que nao participou da conversa.
Apesar deste tribunal jà ter decidido, por unanimidade, em
RE 369-65.2012.6.09.0017 TRE-GO
GBJD
Fl
Mitanios Hanna (TRE GO, Recurso Eleitoral 245-96.2012.6.09.0077, DJE
06/03/2013), no caso em tela, entendo que deve ser aplicado, o primeiro precedente
do TSE citado, no mesmo sentido do acOrdäo desta Corte Eleitoral, de lavra do
Exmo. Dr. Abel Cardoso Morais:
1 - A gravacäo ambiental realizada por urn dos interlocutores
prova licita, nos termos da jurisprudbncia do Tribunal Superior
Eleitoral e Supremo Tribunal Federal.
(...)
(Tribunal Regional Eleitoral de Goias, RCED 658-47, Rel. Dr.
Abel Cardoso Morais, DJE 03/05/2013).
Em que pese o precedente do TSE citado em sentido contrario,
a jurisprudbncia majoritaria dos tribunais superiores e inclusive do STF e no sentido
de considerar licita a gravacäo ambiental:
Ementa: QUESTAO DE ORDEM. INQUERITO
INSTAURADO A PARTIR DE CARTA DENUNCIA E DE
DEGRAVACAO DE FITA MAGNETICA. GRAVACA0
AMBIENTAL. CONVERSAS NAO PROTEGIDAS POR
SIGILO LEGAL. AUSENCIA DE ILICITUDE. INDICIOS
DE PARTICIPACAO DE AGENTE DETENTOR DE
PRERROGATIVA DE FORO. COMPETENCIA
ORIGINARIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
QUESTAO DE ORDEM RESOLVIDA, POR MAIORIA,
PARA DETERMINAR 0 PROSSEGUIMENTO DAS
INVESTIGACOES NO STF. 1. E licita a prova obtida
mediante a gravagâo ambiental, por um dos
interlocutores, de conversa nao protegida por sigilo
legal. HipOtese nao acobertada pela garantia do sigilo das
comunicacbes telefOnicas (inciso XII do art. 5º da
Constituicào Federal). 2. Se qualquer dos interlocutores
pode, em depoimento pessoal ou como testemunha,
revelar o conteCido de sua conversa, nao ha como
reconhecer a ilicitude da prova decorrente da gravacao
ambiental. 3. A presenca de indicios de participagäo de
RE 369-65.2012.6.09.0017 THE-GO
GB,JD/1 -Fl.
agente titular de prerrogativa de foro em crimes contra a
Administragao PÚblica confere ao STF o poder-dever de
supervisionar o inquerito. 4. Questao de ordem resolvida
no sentido da fixacao da competéncia do Supremo
Tribunal Federal para supervisionar as investigagbes e da
rejeicao da proposta de trancamento do inquêrito por
alegada ilicitude da gravagao ambiental que motivou a
abertura desse procedimento investigatOrio.
(STF - Inq 2116 QO RR — Roraima, Plenario, rel. Min.
MARCO AURELIO Relator p/ AcOrdao: Min. Ayres Britto,
publicado no DJe-042 em 29-2-2012, grifei).
Quanto a tese de que a prova seria ilicita por se comparar ao
flagrante preparado, tambèrn nao se aplica ao caso, em que flagrante näº houve,
apenas o interlocutor que gravou a conversa tentou conduzi-la.
Dessa forma, entendo que a prova é licita.
No mêrito propriamente dito, no presente caso, o interlocutor
que ultimou a gravagao, em depoimento prestado perante o Juiz Eleitoral
sentenciante, afirmou que preparou a gravagao, uma vez que tinha "por objetivo
derrubar a candidatura do Ival" (Segundo Recorrido). Transcrevo excertos do
depoimento para melhor entendimento:
"Ival perguntou ao depoente se ele nao queria ser um `Natêrcio
da vida', que tern urn caminhäo alugado pela Prefeitura durante
04 (quatro) anos, sem mencionar o valor do aluguel; Ival disse
ao depoente para comprar urn caminhäo ou um caminhao pipa,
porque ele queria embonecar a Cidade; Em troca, o depoente
deveria dar o seu voto e de sua família ao candidato Ival; A
família do depoente tern cerca de 150 (cento e cinqUenta)
eleitores e todos eles votam em quem o depoente indicar;
0 depoente é lider da família e determina que eles votem,
ainda que urn candidato seja Iadrao; Sabia que Ival is ate
sua casa e comentou corn seu filho de 14 (quatorze) anos e
teve a ideia de gravar a conversa; sabe que nos vivemos
num pals corrupto em que os políticos compram votos,
porque ye isso na televisao; (...) demorou 10 dias para entregar
RE 369-65.2012.6.09.0017 THE-GO
GBJD
Fl. Z;1)
a gravacão a Coligacao representante, periodo no qual nao
falou corn ninguem a respeito do assunto; (...) 0 depoente
preparou uma tasinha' para o Ival, porque achou que era
correto; Tinha por objetivo derrubar a candidatura do Ival;
Depois desta reuniäo Nilvan fez uma proposta ao
depoente, para que alugasse o carro a coligagão de Ival
pela quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais); nao esperava a
proposta formulada, mas achou por bem fazer a gravagao (...)".
Do contexto dos fatos verifica-se que a expressao"preparar
uma casinha", significa montar uma armadilha para pegar o candidato. Agindo dessa
forma, o eleitor, em verdade, buscou provocar a conduta ilicita.
Ademais, como bem apontou o Exmo. Procurador Regional
Eleitoral, a testemunha, em seu depoimento, "demonstrou certa amistosidade
corn os adversArios políticos ao mesmo tempo em que deixou explicita sua
antipatia pelos recorridos". Realmente, o eleitor, em seu depoimento, diz corn
todas as letras que " tinha por objetivo derrubar a candidatura do Ival ".
De outro lado, em varios pontos a gravacao ficou
comprometida, uma vez contêm varios ruidos em que nao e possivel compreender
absolutamente nenhuma palavra do que foi conversado. Alias, na gravacao sequer
possivel afirmar se houve a captacao ilicita do sufragio ou a mera contratacao de
pessoa para laborar na campanha eleitoral.
Como o bem fundamentou o Exmo. Procurador Regional
Eleitoral, o eleitor"deixou entrever que havia a intencao da contratagao para o
desempenho de trabalhos como cabo eleitoral quando disse: 'Depois desta reuniao
Nilvan fez uma nova proposta ao depoente, para que ele alugasse o carro a
Coligacao do Ival pela quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais)'". Assim, nao
possivel afirmar corn a certeza exigida que houve a captacao ilicita de sufragio.
Nossa jurisprud6ncia patria e pacifica no sentido de que para
cassacao de diploma em decorrência de compra de votos e indispensavel prova
robusta dos fatos. Veja-se:
RE 369-65.2012.6.09.0017
"3. A aplicagäo da penalidade por captagâo ilicita de sufragio, dada sua gravidade, deve assentar-se em provas
robustas. Precedentes."
(TSE, Recurso Especial Eleitoral n o 958285418, Rel. Min.
Marcelo Ribeiro, DJE 03/11/2011).
"3. Para a configuragao da captagâo ilicita de sufragio, é necessaria a presenga de prova robusta e inconteste, alèm da comprovagao da participagao direta ou indireta do candidato nos fatos tidos por ilegais, bem como da benesse ter sido ofertada em troca de votos. Precedentes."
(TSE. Agravo Regimental em Agravo de Instrumento nº
1145374, Rel. Min. Marcelo Ribeiro, DJE 17/10/2011).
Dessa forma, nao obstante a prova trazida aos autos — gravagao feita pelo eleitor, interlocutor das converses — seja licita, o caderno probatOrio e frâgil e insuficiente para autorizar a aplicagao de sangao tao gravosa como a imposta pelo artigo 41-A da Lei 9.504/97.
II — Dispositivo
Isso posto, CONHECO, mas NEGO provimento ao Recurso Eleitoral, mantenho a sentenga recorrida.
E como voto.
Goiania, maio de 2013.
Doraci Lamar Ro Andrade
Relatora
Tribunal Regional Eleitoral de Goias
CERTIDAO DE JULGAMENTO
Recurso Eleitoral Nº 369-65.2012.6.09.0017
ORIGEM: JARAGUA - GO
PAUTA: 16/04/2013 (Pauta n? 45)
JULGADO EM: 09/05/2013 (SESSAO Nº 34/2013)
RELATOR (A): EXMA. SRA. JUIZA DORACI LAMAR ROSA DA SILVA ANDRADE
PRESIDENTE DA SESSAO: Exmo (a). Sr (a). Des. Gilberto Marques Filho
PROCURADOR REGIONAL ELEITORAL: Dr. Marcelo Ribeiro de Oliveira
SECRETARIO (A): Maria Selma Teixeira
AUTUACAO
RECORRENTE (S) : COLIGACAO" JARAGUA E DE TODOS NOS ", PP, PSL, PSDC, PRTB,
PTC, PSB, PSDB, PSD, PT DO B
ADVOGADA : FLAVIA ADRIANA DE ALMEIDA
ADVOGADO : BRUNO GARIBALDI FLEURY FILHO
ADVOGADA : FLAVIA SILVA MENDANHA
RECORRIDO (S) : SINVAL FELIX DA SILVA
ADVOGADO : LEONARDO DE OLIVEIRA PEREIRA BATISTA
RECORRIDO (S) : IVAL DANILO AVELAR
ADVOGADO AFRANIO COTRIM JUNIOR
RECORRIDO (S) : JOAQUIM JOSE DE ARAUJO
ADVOGADO : EUCLIDES GONCALVES DE OLIVEIRA NETO
CERTIDAO
Certifico que o egregio Tribunal Regional Eleitoral ao apreciar o processo em
epigrafe, em sessao realizada nesta data, proferiu a seguinte decisao:
Na sessao do dia 9.5.2013, a relatora declarou que acompanharia o parecer
ministerial e negaria provimento ao recurso eleitoral, razao pela qual o Dr.
Leonardo de Oliveira Pereira Batista dispensou a sustentagao oral. 0
Tribunal, a unanimidade, conheceu e negou provimento ao recurso eleitoral,
nos termos do voto da relatora. Deu-se por lido e conferido o acOrda-o.
Presentes os Excelentissimos Senhores Desembargadores Gilberto Marques
Filho, Presidente; Joao Waldeck Felix de Sousa, Vice-Presidente e Corregedor
Regional Eleitoral; Juizes Jesus CrisOstomo de Almeida, Substituto; Airton Fernandes
de Campos, Doraci Lamar Rosa da Silva Andrade, Sebastiao Luiz Fleury, Substituto;
Luciano Mtanios Hanna, Substituto, e o Doutor Raphael Perisse Rodrigues Barbosa,
Procurador Regional Eleitoral Substituto. Ausentes, justificadamente, os Juizes
Wilson Safatle Faiad e Abel Cardoso Morais, que usufruem ferias.
O referido e verdade. Dou fe.
Goiania, 9 de maio de 2013.
S J
Is 0002 7 0
ki) alQ0 eL511:01iAL THE/GO
timiOCURAUONIA REC) IONAL. ELtitOKAL. QUIÁS
Protocolo nº '1'i 180/1'2012
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ESTADO DO GOIAS
Recurso Eleitoral nº 369-65.2012.6.09.0017
Recorrentes: COLIGACAO" JARAGUA E DE TODOS NOS "
Recorridos: SINVAL FELIX DA SILVA
IVAL DANILO AVELAR
JOAQUIM JOSE DE ARAUJO
Relatora: JUIZA DORACI LAMAR ROSA DA SILVA ANDRADE
Trata-so interposto pela COLIC-MCAº
" JARAGUA E DE TODOS NOS "(PP/PSL/PSDC/PRTB/PTC/PSB/PSDB/PSD/PT
do B) contra sentenga proferida pelo Juízo da 17a Zona Eleitoral que, ao apreciar
representagäo eleitoral pela suposta pratica da captagäo ilicita de sufragio (art. 41-A
da Lei nº 9.504/97), proposta em desfavor de SINVAL FELIX DA SILVA,
IVAL DANILO AVELAR e JOAQUIM JOSE DE ARAUJO, julgou improcedentes os
pedidos formulados na inicial, por insuficiéncia de provas.
A coligagio recorrente aduz, em sintese, que restou comprovado
que as promessas de campanha foram dirigidas a uma pessoa ou grupo familiar
especifico e näo indistintamente a eleitores sem referència ou a pedido de voto.
Assevera que o simples fato de haver a promessa ja configura o ilicito previsto no
art. 41-A da Lei no 9.
S J
FIs. 000271
kAINItif6H10 1 3 00.100 ,hli'URAA L TRE/G0 PIROCURADORIA REGIONAL eLhITONAL Ut GOIAS
Pontua que rebtou provada airida a participacao e anuencia dos
representados quanto as promessas ilicitas do colaborador de campanha Nilvan
Braz, feitas ao eleitor Joao Moreira Neves, sobretudo porque no momento da
abordagem do eleitor estavam presentes os representados/recorridos Ival Danilo
Avelar e Sinval Felix da Silva.
Requer, por fim, seja dada provimento ao recurso para reformar
a sentenca e aplicar as sancOes de multa, cassacao do diploma e inelegibilidade,
aos recorridos.
Errr contrarrazOes acostadas as fls. 98/205, 206/231 e 232/242
os recorridos sustentam, inicialmente, a ilicitude da gravacao constante do CD de
audio anexado aos autos como elemento de prova. Quanto ao meritº, refutam
integralmente os argumentos articulados em sede recursal e defendem a sentenca
recorrida.
o relatOrio.
0 recurso e pr6prio, tempestivo e preenche os demais
pressupostos de admissibilidade, merecendo, portanto, ser conhecido.
Os recorridos alegaram, iriicialmente, a ilicitude do CD de audio
acostado a fl. 22 dos autos e do respectivo texto degravado (fl. 15/21).
Referidas provas decorrem de gravacao levada aefeito por
Joao Moreira Neves da conversa travada entre ele e Iva] Danilo Avelar, Nilvan Braz
de Lima e Sinval Felix da Silva, na qual estes supo amente p etenoem captar o
voto do autor da gravacao, por meio da promessa re q e, c so eleito o recorrido
S J Co
000272
TRE/G0
MiNWTOilL) Llig,100
PROCURAUCMIA PLEOIONAL kILEITDRAL,_ UE Ci014S
Ival Danilo Avelar iria contratà-lo para que este prestasse servicos a Prefeitura de
Jaraguâ, por meio do seu caminhào.
Nota-se, porem, que a referida gravacâo foi feita por urn dos
interlocutores. Essa modalidade de gravagao, realizada corn a anubncia e/ou
participacäo de urn dos interlocutores, corn a finalidade de documentà-la, para ser
utilizada futuramente em caso de negativa do teor da conversa, constitui gravacäo
ambiental licita.
Nesse sentido, confira-se precedente do STF em materia
eleitoral, verbis:
"ELEITORAL. PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM
AGRAVO DE INSTRUMENTO. COMPRA DE VOTOS. GRAVACAO
DE CONVERSA FEITA POR UM DOS INTERLOCUTORES:
LICITUDE. SUMULA 279 DO STF. I. - A gravacao de conversa entre
dois interlocutores, feita por urn deles, sem conhecimento do outro,
corn a finalidade de documentâ-la, futuramente, em caso de negativa,
nada tern de ilicita, principalmente quando constitui exercicio de
defesa. Precedentes. II - (...)"(Al 666459 AgR, rel. Min. RICARDO
LEWANDOWSKI, 1 a Turma, julgado em 06/11/2007, in RDDP 58/169)
Confira-se, ainda, no mesmo sentido STF: HC 87341, rel. Min.
EROS GRAU, 1 a Turma, julgado em 07/02/2006, in RTJ 199/365; eRE 402717, rel.
Min. CEZAR PELUSO, 2 a Turma, julgado em 02/12/2008, DJE de 12-02-2009; TSE,
Respe nº 36705, rel. Min. Carmen Lucia Antunes Rocha, DJE de 28/03/2011,
página 69); TSE, Respe nº 36992, rel. Min. Carmen Lucia Antunes Rocha, DJE de
28/09/2010, paginas 16 e 17;
Na mesma esteira é a major aria j ,•rudénci do TSE e
dessa egrêgia Corte Regional, conforme - e i ere dos seguintes precedentes,
5 J
Ifs. 000273
THE/GO
PO'fiLICCI .L.VITORAI-tiii0CURADOMA NEGIONAL ELEITORAL DE tiOIiS
verbis:
"RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. AIME. ELEICOES 2008.
PREFEITO. GRAVACAO AMBIENTAL REALIZADA POR UM DOS
INTERLOCUTORES. LICITUDE DA PROVA. PROVIMENTO.
1 A gravacâo ambiental realizada por urn dos interlocutores
prova licita. Precedentes do TSE e do STF.
supostamente corrompida e seu filho (autor da gravacão) e licita, pois Na especie, a gravagão de conversa entre o candidato, a eleitora
este esteve presente durante o dialogº e manifestou-se diante dos
demais interlocutores, ainda que de forma lacOnica. Assim, o autor da
gravagào näº pode ser qualificado como terceiro, mas como urn dos
interlocutores.
Recurso especial eleitoral provido". (TSE, RESPE — 49928, Relatora
Fatima Nancy Andrighi, publicagäo no DJE de 10/02/2012, página 32)
(grifamos)
"ELEITORAL. ELEICOES 2008. AGRAVO INTERNO EM RECURSO
ESPECIAL. CAPTACAO ILiCITA DE SUFRAGIO. GRAVACAO
AMBIENTAL REALIZADA POR UM DOS INTERLOCUTORES. VALOR
DA PROVA. AGRAVO PROVIDO.
As manifestaciies desta E. Corte Eleitoral e do Supremo Tribunal
Federal orientam-se majoritariamente e sistematicamente no sentido
de que a gravagao ambiental de dialogos e conversas entre pessoas
sendo do conhecimento apenas de uma ou algumas delas näº constitui
prova ilicita, sobretudo quando buscam demonstrar a pratica de crime
por parte daquela que näo tern conhecimento da gravag5o.
Precedentes.
HipOtese em que a gravacâo que se quer oferecer como prova de
ilicito eleitoral foi realizada em reuniäo partidaria ou com a participagäo
de eleitores e candidatos, sem o conhecimento do suposto acusado,
mas em atmosfera de competicao eleitoral.
III. A cautela na apreciagäo das alegagOes e provas se justifica em face
da realidade de disputa eleitoral, pois, a a que eventualmente licitas,
tais medidas podem resultar em po siv I deturpacao da lisura da campanha ou injusta manipulagäo cofitra articipantes da competicäo
eleitoral.
J
Hs. 0 0 0 2 7 4
MINISf61i10 LIfiLI O el.,k7ITOKAL TRE/G0
PROCURADORIA REGIONAL ELEITORAL DE GOIAS
Natureza da medida e de eventuais resultados pretendidos que exigem acentuado cuidado na valorizacâo das provas no ambito do
processo eleitoral.
Agravo provido, nos termos do voto do Relator'. (TSE, RESPE — 36359, Relator Gilson Lagaro Dipp, publicacao: DJE - Diário da Justiça EletrOnico, Data 18/08/2011, Página 32/33)
"A gravacao ambiental efetuada por urn dos interlocutores eprova
licita, tendo em vista que a conversa entre duas pessoas, desde que nao seja sigilosa por forca de lei, pode ser objeto de gravacao (Precedente TSE: RESPE 25.258)." (TRE-GO — RE 5565, rel. Des. NEY TELES DE PAULA, DJ de 16/04/2009, p. 01)
Ou seja, em que pese os precedentes do TSE em sentido
contrario citados pelos recorridos, havemos de considerar que ainda se cuida de
entendimento incipiente e minoritario no 'ambito daquela Superior Corte Eleitoral.
Por outro lado, a jurisprud6ncia majoritaria dos tribunais superiores, sobretudo do
STF, é vasta no sentido de considerar a gravacao ambiental como licita.
Quanto ao meritº, temos que os representantes/recorrentes
imputam aos recorridos a pratica de condutas tendentes a captar ilicitamente o voto
do eleitor Joao Moreira Neves. Contudo, ao analisar o CD de audio (fl. 22) dos
autos e do respectivo texto degravado (fls. 15/21), percebe-se que a suposta
conduta ilicita impingida aos recorridos näº restou cabalmente provada.
De fato. Em que pese referidos elementos de prova revelarem
conversa travada entre o entao candidato a prefeit 'e Jar ua I al Danilo Avelar,
Nilvan Braz de Lima e Sinval Felix da Silva corn o S Jo o Mor ira Neves, nao
possivel extrair deles circunstancias caracterizado do art. 41-A da Lei nº
9.504/97.
S J ID
Fis, 0 0 0 2 7 5
TREIGO
Vit4 1 10tRIO WOOLIGO .L.EITORAL
PROCURADORIA REGIONAL ELEITORAL OE GOIAS
Se 6 bem verdade que os interlocutores do eleitor Joao Moreira
das Neves mencionaram que iriam precisar de caminhöes para prestarem servicos
a Prefeitura de Jaragua e que podenam firmar contrato corn sobredito eleitor a partir de primeiro de janeiro, nao se verificou corn nitidez que o objetivo dessa promessa
tinha como finalidade a captagäo do voto. Alias, em algumas passagens, os
supostos corruptores dao a entender que estäo tentando contratar o eleitor para
ajudà-los na campanha eleitoral, isto 6, para o exercicio de trabalhos relativos
campanha, provavelmente, como cabo eleitoral.
A prOpria testemunha e eleitor indicado coma cooptado, Joao
Moreira Neves, deixou entrever que havia a intencao da contratagao para o
desempenho de trabalhos como cabo eleitoral quando disse que: "Depois desta
reuniâo Nilvan fez uma nova proposta ao depoente, para que ele alugasse o carro
Coligagäo de Ival pela quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais)
Eis, ainda, aigu Oxcentos da coriversa que sugerern a
prestacao de servicos:
"Nilvan: o cara igual a Sinval , 6 cara bao, independente de ser a
Sinval, podia ser qualquer candidato... so de vocd nao trabalhar corn
os caras, to ajudando e as vezes tem urn cara 15 (?)... agora 100%
que nos quer e o Sinval, garantir o caminhäo seu, e ajudar nos na
campanha... eu quero voce junto comigo. (fl. 17)
Ival: (6 Joao, Joäo ao fundo)... 0 povo to esperando nois la Jo5o...
Depois nois vem e adesiva o seu carro". (fl. 20) (grifamos)
Como se nao bastasse, a testemunha Joao Moreira Neves
demonstrou certa amistosidade corn os adversarios políticos ao mesmo tempo em
que deixou explicita sua antipatia pelos recorridos, elando indicios de
J
Fts 000276
MINIS PCRILICO eLerroliAt_
IREI;JO
PROCURADORIA REGIONAL ELEITORAL DE GOIAS
parcialidade. Vale transcrever excertos do seu depoimento que ilustra a assertiva:
"E multo amigo do Nedio Leite, que 6 deputado e que empregou o depoente na Prefeitura, quando era Prefeito de Jaraguâ; Nedio tambem empregou o irmão do depoente; 0 depoente trabalhou na Prefeitura por 12 (doze) anos, e era concursado; esclarece que entrou como comissionado e depois foi aprovado em concurso; (...) Saiu da Prefeitura porque tinha problemas corn colegas de trabaiho, inclusive corn Paulo Moreira e corn o atual Prefeito Lineu, que apoia o representado Ival; 0 depoente näº se da bem corn esse povo. (...) Mesmo nao dando certo corn esse povo do Lineu, decidiu
receber Ival porque qualquer pessoa que chega na sua casa entra; Quando Ival chegou, imediatamente, disse a ele que näº dava conta de apoiâ-lo, por causa de seus companheiros; (...) 0 depoente preparou uma casinha para o Ival porque achou que era correto; Tinha por objetivo derrubar a candidatura do Ival". (fls. 89/90) (grifamos)
Resumindo-se o conjunto probat6rio ao CD de audio e ao
testemunho fragil e inidOneo acima referidos, nao ha como reconhecer a ocorrëncia
da captagäo ilicita de sufragio, posto que esta modalidade de infracao requer, a sua
caracteriza0o, prova contundente.
Sobre o tema, confira-se precedente do Tribunal Superior
Eleitoral, verbis:
"Recurso ordinêrio. Representagão. Captagäo ilicita de sufrâgio. Prova testemunhal. Fragilidade.
A proceddncia de representac5o, corn fundamento no art. 41-A da Lei nº 9.504/97, requer prova robusta da prâtica de captagâo ilicita de sufrAgio cometida pelo candidato ou a comprovagâo de sua anuéncia ao referido ilicito.
Em face da ausência de provas consistentes sobre a infracao narrada na representagéo, esta deve ser julgada improcedente.
Recurso a que se nega provimento"(T RO n. 1468, rel. Min. Carlos Eduardo Caputo Bastos, DJE de 10/ /201a, pâgina 50) (grifamos)
S J C)
Hs. 0 0 2 7 7
IIø fiCifiLIUO kLgiftliAL TREIGO
PROCURADORIA REGIONAL ELEITORAL Ur GOIAS
Em sumo, as provas produzidas no processo sa p frageis e insuficientes para amparar a pretensäo da aplicagão das sangbes pretendidas, de modo que a sentenga nao merece reparos.
Ante o exposto, a Procuradoria Regional Eleitoral manifesta-se pelo conhecimento e desprovimento do recurso eleitoral.
Goiania, 12 de riovembro de 2012.
LO RIBEIRO DE OLIVEIRA
,P OCURADOR R EGIONAL E LEITORAL